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CD: Augusto Martins - "Augusto Martins canta Djavan" (Dabliú, 2002)

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Alagoano, nascido em Maceió, compositor. Carioca, da zona norte, intérprete. Milhares de quilômetros de distância conectados pela música, mapeados por uma linha tênue que costura reverência e ousadia. O nome do CD é imediato: "Augusto Martins canta Djavan". Ao contrário de sua audição. Depois do aplaudido disco de estreia que trazia seu nome na capa, de 1997, quando já relia as djavanescas "Muito obrigado" e "Samba dobrado", o cantor - coisa rara no país onde pululam canárias e compositores - perseguiu outras nuances criativas de um dos maiores autores da MPB, transcrevendo com a voz este universo de caligrafia tão singular. "Augusto Martins canta Djavan" traz quatorze faixas, territórios livres para questionar limites estéticos. E como! Bases acústicas norteiam quase todo o trajeto do trabalho. Mas aqui e ali pontuam gaita - vide a interpretação endiabrada já na abertura, "Sina"; cello _ rascante na desacelerada "Eu te devoro"; violão de aço, timbre árido, em "Lambada de serpente". Mas o CD subverte expectativas quando, de forma sutil, também apresenta grooves eletrônicos, tanto em "Flor-de-lis", que encerra os trabalhos, quanto na faixa bônus, um remix de "Eu te devoro". "Augusto Martins canta Djavan" flagra um cantor debruçado sobre uma obra de horizonte infinito, onde foi possível abraçar convidados e amigos ilustres sob o olhar do alagoano. Na dobradinha dos sambas "Capim/Beiral", Beth Carvalho e Seu Jorge. "Desejo" traz João Donato ao piano e o auxílio-luxuoso de Leila Pinheiro. Afinação que se estende ao encontro com o Aquarela Carioca em "Dou-não-dou". Encerrando a estação das parcerias, "Outono" traz à superfície o timbre profundo de Fátima Guedes num diálogo emoldurado pelo violão de Yamandú. Bem, sobre o time de músicos que secunda tais melodias vocais é melhor conferir abaixo. Em "Augusto Martins canta Djavan" as faixas se sucedem feito trilha sonora diante do ouvinte _ cenários em uma tela. O som repercute, o cantor pinta e borda no primeiro trabalho dedicado à obra deste autor feito por um único intérprete. Com participações especialíssimas de : João Donato, Yamandú Costa, Leila Pinheiro, Beth Carvalho, Fátima Guedes, Seu Jorge e Aquarela Carioca. (Braulio Neto - jornalista)

Ficha técnica:
Produtor fonográfico: Dabliú Produções Artísticas Produção e concepção: Augusto Martins Direção musical: Paulo Malaguti Direção artística: Bráulio Neto e Augusto Martins Arranjos: Augusto Martins, Israel Meirelles, Paulo Malagutti, Ney Conceição, Edu Szajnbrun, Josimar Monteiro Voz: Augusto Martins Guitarra, violão de aço e nylon: Paulo Muylaert Arranjo e violão (9): Yamandú Costa Arranjo e piano acústico: João Donato Arranjo e violão (13): Josimar Monteiro Baixolão: Bombom Cello: Lui Coimbra Violão de aço e guitarra: Marcus Nabuco Violão de nylon e aço: Gustavo Martins Baixo acústico: Dodô Ferreira e Augusto Matoso Baixo elétrico: Ricardo Feijão e Ney da Conceição Baixo: José Luiz Maia Bateria: Sérgio Vieira Bateria e percussão: Robertinho Silva Cavaquinho: Márcio Almeida Percussão, sampler e loop: Edu Szajnbrum Percussão: Thalamy Gaita: Israel Meirelles Guitarra: Ricardo Silveira Trombone: João Luiz Trompete: Newton Rodrigues, Nelson Oliveira Sax soprano: Mario Seve Sax e flauta: Peter O'Neill Vocais: Augusto Martins Participações especiais: João Donato, Leila Pinheiro, Beth Carvalho e Seu Jorge.